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terça-feira, 19 de outubro de 2010

O Torturado


A vida de um casal de classe média alta é destruída quando seu único filho é seqüestrado e morto. Obcecado por vingança, o casal aproveita uma oportunidade para seqüestrar o assassino. Os temas de violência são os mais recorrentes do cinema. Fazer o quê, né? Se as pessoas não cultuassem tanto a violência sanguinolenta, filmes do tipo "Jogos Mortais" e "O Albergue" não fariam tanto sucesso. Roteiro fraco e muito sangue é a componente básica destes filmes. Totalmente diferente de um filme como "O Assassino Dentro de Mim" (The Killer Inside Me), em que há muita violência, claro, mas além de se basear em boa parte em fatos reais, ao menos tenta, sinceramente, ser um estudo da mente de um sociopata, uma pessoa que não sente empatia pelo sofrimento alheio, além de ser movida por uma necessidade de desabafo interno através da violência sádica (a palavra sádica aqui usada no sentido vulgar, corrente. Não no sentido mais profundo das considerações do Marquês de Sade). Existe um outro tipo de violência mais estilizada, como nos filmes de Tarantino, mas que, não se enganem, apesar do verniz de sofisticação, não passam também de uma mera descarga neurótica de perversidade e de ação de "dar ao público o que ele quer". Tirando "Pulp Fiction", que tem seus méritos inegáveis, a maioria da obra de Tarantino é pau puro, disfarçado de arte. E não atirem pedras em mim, por que sou obrigado a servir a todos os gostos, mas busco equilibrar a pancadaria e o sadismo com filmes de qualidade, sempre que possível. Acontece que encontrar filmes de valor artístico, psicológico, sociológico ou ecológico não é nada fácil frente a torrente de filmes de baixa qualidade despejados aos montes das máquinas de fazer doido do planeta. É tão fácil de achar como se diz na língua inglesa: "as a needle in a haystack" (como uma agulha no palheiro). Ou algumas gramas de ouro numa tonelada de barro. Divirtam-se que amanhã tem mais. E, para dourar a pílula, pouco depois virá um clássico do cinema.
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