
Clássicos do Cinema - 1984
"1984" é, a par de romances como "Admirável Mundo Novo" ou "Fahrenheit 451", um dos livros mais citados em todo o mundo. Quase sempre por quem nunca os leu, como "O Capital" ou o "Ulisses" de James Joyce. Na adaptação da história desenvolvida por George Orwell, depois de um Apocalipse, o mundo está divido em três partes, a Oceania, a Eurásia e a Lestásia. Londres é a capital da Oceania. É retratada uma sociedade totalitária onde o Estado é onipresente, tendo a capacidade de alterar o curso da história, bem como travar uma guerra sem fim, para que o seu objetivo não se altere, o controle total de uma sociedade. A melhor forma de manter uma sociedade sob domínio de um grupo ou ditador totalitário é estar permanentemente em guerra, mesmo que seja semi-fictícia. Não é por acaso em que nas ditaduras totalitárias, "espiões" são sempre "desmascarados", mancomunados com forças inimigas. O preço da "liberdade" é a "eterna vigilância", blah, blah, blah! Como em grande parte das mais inebriantes histórias, o amor é o motor de tudo. Um funcionário do Ministério da Verdade da Oceania vai revoltar-se contra o sistema, por causa do seu amor por Júlia. Sob a alçada do regime totalitário do "Big Brother", Winston Smith trabalha no serviço de retificação de notícias já publicadas. Winston reescreve a história do jornal "The Times" de acordo com as crenças do regime. Sem saber explicar o que lhe passa, Winston vai-se apaixonando por Júlia, uma colega de trabalho. Num mundo onde o sexo só é permitido para efeitos de procriação, a vida do casal vai ser difícil. Winston e Julia desafiam, com seu amor, o próprio Sistema, que prega o ódio como maneira de subjugar seus oponentes. Na sua rebelião, Winston vai ser ajudado por O’Brien, um membro do "Partido Interno". Winston acaba por descobrir que é o próprio partido no poder a fomentar a rebelião, para que o homem se aperceba das suas limitações. Orwell não pode ser considerado nada menos do que um grande visionário. O escritor britânico alertava no final da Segunda Guerra Mundial para o que se aproximava: Poder, corrupção, terrorismo, sociedades totalitárias… o "Grande Irmão" pode ter sido inspirado em homens como Hitler e Stálin,e nas sociedades totalitárias que governaram, mas chega muito mais longe, tanto que, mais de 60 anos depois de ter escrito a obra, ela permanece atual. Orwell apresenta um interessante conceito para a definição da guerra: diz o visionário que a guerra não tem como objetivo vencer o inimigo ou lutar por uma causa, antes pretende manter o poder das classes altas da sociedade, limitando o acesso à educação, cultura e, principalmente, bens materiais. O livro "1984" foi adaptado para cinema nesse mesmo ano. Nos principais papeis do filme estão John Hurt e Richard Burton (este foi o último filme que Burton protagonizou). "1984" foi realizado por Michael Radford, responsável igualmente pelo script. A trilha sonora está a cargo de uma das maiores bandas pop dos anos 80, os "Eurythmics" de Annie Lennox e David Stewart. O filme não consegue atingir a excelência do livro, mas também quantos filmes conseguem chegar aos calcanhares das obras em que se baseiam? "A Laranja Mecânica" de Stanley Kubrick não se compara ao livro de Anthony Burgess, por exemplo, assim como o filme "Admirável Mundo Novo" jamais se eleva à qualidade do original de Aldous Huxley. Mas, é sempre desleal comparar o livro com o filme. “1984” marca quem o lê… ou quem o vê. E, no fim de contas, não é disso que se trata! Trata-se de um clássico do cinema de qualquer maneira, com uma marcante atuação de John Hurt!
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