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domingo, 3 de janeiro de 2010

Johnny Vai à Guerra


Clássicos do Cinema - 1971
Dalton Trumbo foi um dos roteiristas americanos mais perseguidos no período da "caça às bruxas", perseguição contra muitos "supostos" e alguns poucos verdadeiros comunistas, levada a cabo, entre outros, pelo Senador Joe McCarthy, na década de 50. Trumbo realmente pertenceu ao Partido Comunista Americano na década de 40. Em 1940, Trumbo escreveu o romance "The Remarkable Andrew", no qual há uma sequência em que o fantasma do ex- Presidente, Andrew Jackson, aparece para orientar os Estados Unidos a não se envolver na guerra. Numa análise do romance, a revista Time escreveu sarcasticamente que "as opiniões do General Jackson não surpreenderão ninguém que observou que George Washington e Abraham Lincoln estão seguindo com zelo as orientações do Partido Comunista em anos recentes". Logo após a invasão alemã da União Soviética em 1941, Trumbo e seus editores decidiram suspender a reimpressão de "Johnny Vai à Guerra" até o final da guerra. Como simpatizante, preferia, agora, que os EUA participassem da guerra ao lado dos soviéticos. Após receber cartas de vários indivíduos, incluindo pacifistas, isolacionistas, assim como de pessoas com aparentes laços com o Partido Nazista, pedindo cópias do livro, Trumbo contatou o FBI e enviou-lhes as cartas. Trumbo acabou por delatar algumas pessoas, algo que lhe assombraria nos anos seguintes, quando ele mesmo foi delatado por colegas da indústria cinematográfica na comissão parlamentar de inquérito da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos que investigava atividades "anti-americanas". Trumbo se arrependeu profundamente da decisão de delatar os indivíduos que lhe mandaram cartas, dizendo que foi uma insensatez que só serviu para despertar o interesse do FBI nele mesmo e não nas cartas. Trumbo foi um dos "Hollywood Ten", grupo de diretores e roteiristas que foi chamado a depor na comissão parlamentar de inquérito da Câmara dos Deputados formada para investigar a "infiltração" de comunistas na indústria cinematográfica. Como se recusou a "dedurar" qualquer pessoa, foi preso por desobediência civil ao Congresso dos Estados Unidos e permaneceu 11 meses encarcerado em uma prisão federal no Kentucky. Depois de liberto continuou a trabalhar em Hollywood através de pseudônimos. Entre os muitos filmes em que trabalhou sob disfarce contam-se por exemplo "Spartacus" de Stanley Kubrick, e sob dois desses pseudônimos acabou por ganhar dois premios Oscar de melhor argumento. Dalton Trumbo é o autor do livro "The Fixer", o qual, filmado por Otto Preminger, em 1968, resultou em outra obra-prima do cinema: "O Homem de Kiev". Seu último filme (1973) foi um sucesso de público, baseado no livro autobiográfico de Henri Charrière: "Papillon". "Johnny Got His Gun" foi o primeiro e único filme dirigido direta e inteiramente por Dalton Trumbo: é um monumento cinematográfico erigido contra todas a guerras; do passado, do presente e do futuro. Afinal, Trumbo criou a figura do soldado sem nome como uma metáfora de todos os homens que perderam a vida na guerra. Filme poético e chocante, é narrado em dois níveis, com o preto e branco e o colorido separando a vida e a agonia de um soldado reduzido a um torso em combate durante a 1ª Guerra Mundial. Por meio de um monólogo interior, somos testemunhas do que foi a vida do jovem soldado e acompanhamos o que restou do seu corpo numa sala escura de hospital. Trumbo foi premiado em Cannes com este filme, ao ganhar o prêmio FIPRESCI e o grande prêmio do Juri. Imperdível! Um Clássico!
RMVB
LEGENDADO

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