A Noiva Estava de Luto

Clássicos do Cinema - 1968

É depois de uma tentativa de suicídio que Julie Kohler conhece vários homens sucessivamente: Bliss, um sedutor que ela empurra do alto de um balcăo; Morane, um político que ela deixa morrer asfixiado dentro de um quadro de avisos; Delvaux, um esgrimista que é preso quando ela chega a sua casa e morto por ela dentro da cela; Fergus, pintor que ela assassina com uma flecha no meio do coraçăo. Descobre-se que, alguns anos antes, todos esses homens causaram a morte daquele que viria a se casar com Julie. Como sempre, Truffaut está perfeito na realização. Em algumas sequências, lembra-nos as técnicas utilizadas pelo mestre Alfred Hitchcock nos seus dramas e filmes de suspense. Especialmente, por que Truffaut escolheu a dedo o realizador da trilha sonora, Bernard Hermann. Com Hermann, a trilha se torna parte e parcela integrante do drama mostrado na obra (baseada por sinal no excelente livro homônimo de Cornell Woolrich, autor de jóias como "Rear Window-Janela Indiscreta", levado às telas por Hitchcock e "Mississipi Mermaid-A Sereia do Mississipi", filmado também por Truffaut). Aliás, não é segredo que Truffaut era um fã de carteirinha de Hitchcock. O planejamento do assassinato de Delvaux, que se encontra detido numa prisão, é um dos pontos altos do filme. Além de Truffaut, o outro grande nome de "A Noiva Estava De Luto" é a atriz Jeanne Moreau, simplesmente magnífica no papel da viúva que transformou a sua razão de viver na caça aos responsáveis pelo assassinato do seu marido. Os outros membros do elenco ficam apagados diante da força dramática desta diva do cinema francês. Mais um clássico imorredouro, realizado por um diretor que marcou o cinema.

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