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quarta-feira, 8 de julho de 2009

El Dorado


Clássicos do Cinema - 1966

Quando se fala em Howard Hawks está se falando em uma grande parte do cinema e, certamente, da sua melhor parte. Diretor que não teve o mesmo reconhecimento dado a Hitchcock, Orson Welles ou John Ford - nunca ganhou um Oscar - Hawks nada fica a dever a esses monstros sagrados do cinema americano. Basta pensar em obras como "Scarface", "Terra Sem Lei", "O Caminho da Glória", "À Beira do Abismo" ou "Os Homens Preferem as Louras", entre seus mais de 42 filmes para se dar conta da importância de Hawks para a história do cinema. "El Dorado" é um dos últimos filmes deste que foi um dos maiores gênios do cinema norte-americano. Hawks fez praticamente uma trilogia com os filmes, "Rio Vermelho", "Rio Bravo" e "El Dorado". Raspando-se a superfície mais imediata dos filmes e eliminando-se certas diferenças pouco significativas eles são, em última instância, o mesmo filme, contando a história de redenção de um bêbado, a derrota de um fazendeiro prepotente, a última refrega de um velho combatente e o pistoleiro que resolve fazer o que é certo, colocando-se ao lado da Lei. "El Dorado" foi feito depois de Hawks ter finalmente compreendido a queda da ideologia pragmática e situada num universo retrógrado e apolítico que procurava utilizar como regência da grande maioria dos seus filmes – principalmente daqueles em que o seu código de honra e ética pessoal, transportado quase sempre para o velho oeste, era posto em prova ou simplesmente evocado de certa forma. E é justamente por isso que o filme todo é constituído por uma atmosfera de auto-sátira, auto-homenagem, auto-releitura. Não apenas no seu próprio universo, mas no cinema clássico, de uma forma geral. Alguns especialistas consideram "Hatari!" como o filme divisor entre o Hawks clássico e o Hawks moderno. A aventura africana protagonizada pelo seu talismã John Wayne talvez seja o filme em que o realizador mais se afasta, ou realmente se liberta, por definitivo, da sociedade em que vivia. É um filme de universo próprio, fechado na sua teoria de conduta particular, construído exclusivamente para que Hawks desfilasse boa parte de suas principais temáticas e interligando-as num mesmo ponto de convergência. Aqui, a pequena viagem do personagem de John Wayne, um pistoleiro de encomenda, evoca, separadamente, filmes como "Por um Punhado de Dólares", de Sergio Leone – o homem que surge no meio a uma guerra entre duas famílias, mas que, diferentemente do filme do italiano, não se apega a ela antes de encontrar uma necessidade particular. O curioso é que Hawks, em "El Dorado", joga com o clássico de maneira bastante inusitada, de certa forma até mesmo transgressora, estruturando a primeira parte do filme em elipses carregadas de inexatidão e sem previsão de rumo, num processo de quase improviso. E, pelo menos dois elementos, desta vez não narrativos, mas visuais, demonstram a vigência da modernice que em breve seria ainda mais explorada num dos seus mais maltratados – pela crítica – e surtados filmes, Rio Lobo: um zoom no rosto do personagem de Wayne, num momento determinante, e um corte descontínuo entre um e outro plano de uma mesma ação. E é assim que Hawks constrói a sua história definitiva sobre a chegada do fim do cinema clássico, em especial do período do western. Porque, quando vemos John Wayne fracassar no meio de uma cena de ação devido a uma bala não removida das suas costas – e que foi projetada por, vejam só, uma mulher – dentro de um filme que, na sua primeira metade, trata exclusivamente do potencial icônico que a sua figura mitológica transmite num filme do estilo. Aliás, na trilogia western de Howard Hawks, uma bala sempre representa um ponto referencial: para Dean Martin em "Rio Vermelho", para John Wayne em "El Dorado" e assim por diante . Um clássico inegável com grandes atores como John Wayne, Robert Mitchum, James Caan, entre outros.
RMVB
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