A Marca da Maldade

Clássicos do Cinema - 1958

Durante décadas, muitos cineastas prestaram homenagem ao prodigioso film noir de Orson Welles, "A Marca da Maldade" (Touch of Evil"), uma história passional de corrupção e consciência, passada nos bares de strip-tease e motéis de uma reles cidadezinha na fronteira entre os Estados Unidos e o México que coloca em conflito o honrado oficial da brigada de narcóticos mexicana (Charlton Heston "O Senhor da Guerra", "Os Dez Mandamentos", "A Última Esperança da Terra", "O Planeta dos Macacos", "Tombstone: A Justiça Está Chegando") e o degenerado polícial americano (Orson Welles - "Cidadão Kane", "A Dama de Shangai", " O Processo", "Otelo" ) , os quais se desentendem por causa de um homicído (cuja jurisdição é disputada ) e envolvem, também, Janet Leigh ("O Preço de um Homem", "Houdini, O Homem Miraculoso", "Sob o Domínio do Mal[1962]") a transformar-se num joguete aterrorizado deste queda de braço. Um filme intenso, no qual, principalmente no início, a montagem acelera o ritmo de forma sufocante e quase não respiramos para não se perder nenhum detalhe. Depois, a trama cai no velho dilema dos métodos policiais, os éticos e aqueles que plantam provas para incriminar suspeitos. Daí em diante, a troca de acusações dá lugar a conchavos, sequestros e abusos de poder. Orson Welles escancara a maldade humana, o interesse próprio, a busca pela sua própria verdade. Neste filme está contida toda a genialidade de Orson Welles, sua maneira peculiar de filmar, a maneira meticulosa como constrói as cenas, a grande quantidade de informações contidas em um enquadramento, tramas paralelas, profundidade de campo, etc... As cenas iniciais de "A Marca da Maldade" são espetaculares e talvez seja o melhor plano de sequência da historia do cinema. São vários minutos de filme sem cortes, com dezenas de personagens e várias histórias acontecendo simultaneamente e que se encerra com uma cena de grande violência. Um dos melhores filmes de todos os tempos, sem dúvida alguma. O elenco ainda conta com a pequena participação da ainda exuberante e maravilhosa Marlene Dietrich.

RMVB
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