Clássicos do Cinema - (Clássicos Hitchcock) - 1948
Brandon (John Dall) e Philip (Farley Granger) matam o colega de escola David Kentley (Dick Hogan), apenas para sentirem o prazer de praticar um assassinato e provarem que são capazes de realizar o crime perfeito. E como se não fosse o suficiente, em desafio aos amigos e à família, resolvem dar uma festa no apartamento de ambos, servindo a comida em cima de um baú onde se encontra o corpo da vítima. Um dos grandes dramas de Alfred Hitchcock no qual James Stewart, o professor de Brandon e Philip trava uma épica batalha de inteligência e jogo de nervos com os dois discípulos assassinos. Pode-se encontrar um certa semelhança da história do filme com a história verídica ocorrido em 1924, em Chicago, nos Estados Unidos, onde os jovens gênios, Nathan Freudenthal Leopold, Jr (pronúncia: Liopold). e Richard A. Loeb (pronúncia: Lôub) mataram um colega (igualmente membro da comunidade judaica, à qual pertenciam as famílias de Leopold e Loeb), Bobby Franks pelo mesmo tipo de motivação, enfastio intelectual e desejo de cometer o crime perfeito. O crime entrou para a história por ter sido o primeiro caso, nos EUA, em que a participação de um psiquiatra foi utilizada na avaliação dos criminosos para determinar se eram responsáveis pelos seus atos, iniciando uma nova era na jurisprudência, primeiramente, americana e depois mundial. Festim Diabólico (The Rope: A Corda) é um inesquecível clássico do cinema e um impecável filme de suspense psicológico e intelectual, com diversos tons e entretons filosóficos, éticos e morais, inclusive, em torno da responsabilidade de um professor e seus ensinamentos e as possíveis interpretações a que estes estão sujeitos.
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Um comentário:
Eu comprei este filme desde que ele saiu em VHS. Soberbo! Hitchcockiano até o osso! Este filme, assim como a maioria dos do mestre Alfred, prima pelo diálogo, pelo embate intelectual, pela perspicácia de seus personagens, ao contrário de, por exemplo, um filme de Stallone, onde só tem porrada e o mocinho, ao abrir a boca é só para dizer besteiras (Crime is a disease and I'm the cure! Crime é uma doença e eu sou a cura! - Stallone Cobra). Um dado que mostra a genialidade do velho Alfred é que o filme foi rodado todo de uma vez, sem muitas "quebras" de cena para "recarregar" a câmera com novo rolo de filme. Para isso, quando o rolo estava acabando, o cameraman focalizava as costas dos atores (sempre de terno)e, após recarregada, a cena continuava a partir daí. Podem reparar! Quanto ao elenco, basta citar o fantástico James Stuart, brilhante como sempre (Vertigo - "Um corpo que cai" - Rear Window - "Janela Indiscreta" etc.). Não é à toa que, se não era o preferido, era um dos atores preferidos de Hitchcock. Festim Diabólico deve ser presença obrigatória na estante de um verdadeiro cinéfilo (os outros também - Vertigo e Rear Window. Aliás, todos os do genial mestre do suspense; até mesmo o mais "fraco" Cortina Rasgada, com Paul Newman, já na fase final do diretor). Recomendo e garanto!
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